@PHDTHESIS{ 2022:85509638, title = {From the estuary to the deep sea: microplastic contamination of fishes from Southwestern Tropical Atlantic}, year = {2022}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9530", abstract = "Globalmente, os microplásticos (MPs; 5 < mm) já foram identificados na maioria dos ecossistemas e organismos marinhos. A grande disponibilidade desse contaminante vem crescendo a preocupação de cientistas sobre os impactos gerados na biodiversidade e nos ecossistemas. Entretanto, apesar de ser frequentemente reportado, algumas regiões ainda são carentes de estudos sobre a caracterização da contaminação por MPs. É o caso da região do Atlântico Sudoeste Tropical (AST). Visando preencher essas lacunas, esta tese tem o objetivo de fornecer uma compreensão geral da distribuição, e dos padrões de contaminação de MP na ictiofauna que habita a região AST, ao longo do gradiente estuarino-oceânico. Para isto, foi feita a adaptação de um protocolo de extração de MPs para organismos marinhos, com o objetivo de diminuir a probabilidade de contaminação cruzada nas amostras, que fosse um protocolo prático e de baixo custo operacional. A tese está estruturada em quatro capítulos no formato de artigo, e uma conclusão geral. O primeiro capítulo explorou uma cadeia trófica estuarina, compreendendo um peixe predador de topo de importância comercial, e duas de suas presas principais. Ambas as espécies têm diferentes hábitos alimentares e isso foi observado também na frequência de ingestão de MPs, que variou com a estratégia de alimentação. No segundo capítulo, quatro espécies de peixes costeiros demersais foram utilizadas para caracterizar a ingestão de MPs em peixes recifais da região do ATS. Não foram observadas diferenças entre a taxa de ingestão de MPs pelas espécies costeiras, mas uma grande variedade de polímeros foi identificada. O ecossistema oceânico é discutido nos dois últimos capítulos da tese, visando espécies oceânicas pelágicas e mesopelágicas. O terceiro capítulo caracteriza a contaminação de duas abundantes famílias de peixes mesopelágicos do AST, e aborda a influência dessas espécies no transporte de MPs no oceano profundo. Neste capítulo, foi identificada pela primeira vez a contaminação por MPs em peixes de profundidade na região, e áreas de provável acúmulo dessas partículas foram discutidas. Finalmente, no quarto capítulo, predadores pelágicos importantes para pescaria industrial e artesanal foram avaliados quanto a presença de MPs. Além da caracterização da contaminação, foram observadas evidências de transferência trófica de MPs das presas para os predadores. Ainda neste capítulo, é discutida a ingestão de partículas maiores (macroplásticos > 5 mm) oriundas da intensa atividade pesqueira oceânica e turismo no Arquipélago de Fernando de Noronha (AFN). De maneira geral, foi possível através dessa tese, confirmar a contaminação por MPs em peixes da região AST, identificar os formatos mais frequentes para cada ecossistema marinho avaliado e nível trófico da ictiofauna, além de caracterizar os principais polímeros encontrados. Os padrões ecológicos, como as estratégias de alimentação e o nível trófico, aumentaram a probabilidade de contaminação por MP. Além disso, a influência do comportamento das espécies na coluna d’água em áreas com acúmulo de MPs. Também foi possível observar que, em geral, o tipo de MP mais frequente ingerido pelos peixes são as fibras. Entretanto, grandes predadores pelágicos oceânicos (atuns) tenderam a ingerir pellets e espumas, o que também foi observado em suas presas principais, indicando uma possível transferência trófica. Além disso, uma variedade de polímeros foi identificada, mas os polímeros mais frequentes na região costeira foram polietileno (PE), verniz alquídico e borracha de butadieno estireno (SBR); para os peixes mesopelágicos na região oceânica foram poliamida (PA), PE e polietileno tereftalato (PET). Entretanto, os polímeros mais frequentes para o atum e suas presas foram SBR, PA, e PET. A disponibilidade destes polímeros na região AST indica uma intensa pressão da pesca (por exemplo, redes de pesca e fragmentos da pintura das embarcações) e alta atividade turística. Ademais, foram feitas discussões importantes acerca dos principais fatores envolvidos na ingestão e disponibilidade de MPs, e as complexas interações tróficas entre as espécies e seus ecossistemas. As informações disponíveis aqui, podem servir como base para discutir e elaborar medidas que visam mitigar os impactos causados pela contaminação por MPs e a poluição plástica na região do AST, contribuindo assim para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas marinhos.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura}, note = {Departamento de Pesca e Aquicultura} }