@PHDTHESIS{ 2022:2023020636, title = {A evolução de estratégias cognitivas humanas para resolver desafios do ambiente}, year = {2022}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9339", abstract = "Durante a história evolutiva dos primeiros seres humanos, o constante contato com os recursos naturais buscando a subsistência, e as pressões seletivas recorrentes impostas pelo ambiente influenciaram o desenvolvimento de uma estrutura cognitiva chamada de mente naturalista. Essa estrutura cognitiva complexa foi selecionada por ajudar os hominídeos a lidar com os desafios do mundo natural e pode, dentre outras coisas, influenciar a maneira como as pessoas se relacionam com a natureza. Todavia, ainda é preciso avançar no entendimento sobre como a mente naturalista opera e quais fatores externos (ambientais) e internos (vieses da mente humana) a influenciam. Por exemplo, alguns trabalhos sugerem que a mente humana é rígida para responder a fatores relacionados à ambientes ancestrais específicos, como a savana. Mas será que isso de fato é verdade? Assim, o objetivo dessa tese é tentar entender quais vieses cognitivos influenciam o funcionamento da mente naturalista humana em ambientes ancestrais e modernos. Para isso, vamos trabalhar a partir de uma perspectiva evolutiva, utilizando o conceito de mente naturalista da etnobiologia evolutiva, e promovendo o diálogo com o campo da psicologia evolucionista, utilizando principalmente o conceito de memória adaptativa — que argumenta que a memória humana tem uma propensão (viés) para armazenar e recuperar na memória informações importante para sobrevivência. Assim, em um primeiro momento realizamos uma revisão de literatura para se aprofundar nos conceitos e teorias que analisam a mente humana como fruto da seleção natural, revisão esta que resultou em alguns insights teóricos. Em um segundo momento, realizamos uma pesquisa empírica com 210 voluntários, por meio de um experimento controlado, para analisar como o viés adaptativo da memória humana opera em distintos ambientes ancestrais e modernos para lidar com o desafio de usar plantas medicinais no tratamento de uma doença. Por último, realizamos um experimento, com 816 voluntários, para analisar se fatores imediatos, como a congruência entre a informação e o contexto, influenciam o desempenho da memória adaptativa em um teste de recordação. Nossos resultados evidenciaram que mente naturalista humana é flexível para lidar com desafios relacionados ao uso de plantas medicinais em diferentes contextos ambientais. Ao que tudo indica, os diferentes ambientes que os primeiros hominídeos habitaram durante a história evolutiva pode ter influenciado a evolução de uma mente flexível e sensível as demandas do mundo natural, tanto demandas relacionadas aos ambientes ancestrais quanto a ambientes modernos. Além disso, fatores imediatos, como o efeito de congruência, podem exercer influência sobre vieses cognitivos moldados no passado ancestral — nesse caso, sobre o viés adaptativo da memória. Concluímos, portanto, que as pessoas se lembram de informações importantes para a sobrevivência independentemente do contexto ambiental em que vivem, além de que a capacidade de lembrar essas informações não está exclusivamente ligada às prioridades ancestrais.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza}, note = {Departamento de Biologia} }