@PHDTHESIS{ 2020:1196648243, title = {Cognição espacial de Callithrix jacchus (Primates, Callitrichidae) em ambiente de Caatinga}, year = {2020}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9337", abstract = "Para aumentar a eficiência na procura por recursos, muitos animais fazem uso de habilidades espaciais. Quando forrageando, os animais podem tanto explorar recursos em pequena escala de espaço (recursos que se encontram dentro do campo de visão) como em larga escala de espaço (recursos fora do campo de visão). Além do uso da memória espacial para recordar a localização espacial de fontes alimentares em pequena escala de espaço, em larga escala de espaço, os animais fazem uso de mapas mentais criados através da representação abstrata do espaço em que navegam (mapa mental baseado em coordenadas ou em rotas). Essa navegação espacial pode ser influenciada por fatores ambientais. Para animais, como primatas, que habitam florestas heterogêneas e consomem recursos com distribuição irregular tanto no espaço como no tempo, a capacidade de integrar informações espaciais, ecológicas e temporais se torna crucial. Callithrix jacchus (sagui-comum) são parte de um grupo (Calitriquídeos) especialmente interessantes para estudos nesta temática. Além de possuir uma dieta onívora, com consumo regular de exsudatos, o mesmo ocorre na Caatinga, ambiente com padrões fenológicos assíncronos e baixa disponibilidade de recursos, como frutos carnosos. Dentro deste contexto, o objetivo geral desta tese foi investigar, através de dois estudos, o uso das diferentes habilidades cognitivas espaciais tanto em pequena como em larga escala de espaço deste pequeno primata neotropical. No primeiro estudo montamos um experimento em campo, simulando o forrageio em pequena escala de espaço, em que mudamos a conformação espacial do recurso disponível. Desta forma, pretendemos investigar se saguis-comum fazem uso de sua memória espacial a curto e longo prazo e a sua capacidade de aprender após uma única exposição ao experimento. No segundo estudo investigamos o tipo de representação mental criado pela espécie em larga escala de espaço, através do registro do comportamento e posição espacial de cada animal durante todo o seu período de atividade. Encontramos que, em pequena escala de espaço, os animais mantêm informações espaciais dos locais de alimentação tanto acurto como a longo prazo e se mostraram capazes de aprender a localização espacial de recursos com apenas uma única visita aos mesmos. Verificamos que, quando navegam em larga escala de espaço, os animais usam um mapa mental baseado em rotas, reutilizando segmentos de rota e pontos de mudança de direção. A reutilização de segmentos de rota e pontos de mudança de direção mostrou ser influenciada tanto pela distância a árvores de interesse (alimentação, dormida e descanso) como pela cobertura vegetal. Em geral, os achados demonstram que saguis-comuns possuem habilidades espaciais que os ajudam a lembrar e regressar a locais de alimentação de forma mais eficiente tanto em pequena como em larga escala de espaço. Estas habilidades em pequena escala de espaço parecem melhorar a busca por recursos dispersos dentro de manchas em ambientes com flutuações na disponibilidade de alimento. Já em larga escala de espaço, o uso de um mapa mental baseado em rotas parece beneficiar estes animais devido ao consumo de exsudatos que apresentam distribuição espacial aglomerada e estão disponíveis durante todo o ano.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza}, note = {Departamento de Biologia} }