@MASTERSTHESIS{ 2021:183810011, title = {Percepção de risco ambiental e estratégias adaptativas por uma população de pescadores artesanais: aspectos socioeconômicos e participação comunitária}, year = {2021}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9333", abstract = "O aumento da densidade populacional nas zonas costeiras vem agravando a vulnerabilidade dos ecossistemas e das populações pesqueiras nos quais se inserem. Há uma necessidade, portanto, de integrar o conhecimento desses povos tradicionais às práticas de manejo, para entender como elas percebem os riscos ambientais e suas estratégias de adaptativas de manejo. Alguns fatores socioeconômicos podem influenciar o modo como os indivíduos percebem os riscos e elaboram estratégias adaptativas a serem realizadas com a participação ativa da população local. Assim, a nossa pesquisa buscou compreender: i). Qual a relação entre fatores socioeconômicos e a percepção de risco e ii). Se existem estratégias adaptativas de manejo dos riscos que sejam realizadas de modo participativo por uma população de pescadores artesanais. Trataremos aqui de riscos à qualidade ambiental do estuário de Rio Formoso, estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil), com uma população composta por praticantes da pesca artesanal. Foram realizadas entrevistas individuais com 102 pescadores, sendo 54 homens e 48 mulheres, que listaram livremente os riscos à conservação dos ecossistemas estuarinos, detalhando informações descritivas para cada um deles. Nossa análise encontra-se dividida em três partes: i) Índice de Saliência Cognitiva (ISC); ii) Teste da hipótese do número de riscos percebidos; e iii) Rede de percepção entre riscos e estratégias. Foram registrados 22 riscos, categorizados em cinco conjuntos maiores: i) Pesca; ii) Fluxo de embarcações; iii) Poluição continental; iv) Desenvolvimento urbano; e v) Outros. De um modo geral, a percepção dos riscos ambientais pelos pescadores relacionou-se principalmente à poluição continental e à atividade pesqueira, enquanto o aumento da escolaridade (fator mais relevante) e a presença de renda complementar afetaram positivamente a quantidade de riscos percebidos. Outro fator que merece destaque é a influência do sexo nessa percepção: os homens identificaram mais riscos que as mulheres. Foram identificadas 13 estratégias adaptativas de manejo dos riscos ambientais. Sete delas foram categorizadas como “governamental” (responsabilidade exclusiva da gestão pública municipal, estadual e/ou federal), enquanto as outras seis foram agrupadas na categoria “participativa” (desempenhadas com alguma ou total participação dos moradores locais). Identificamos que quanto mais saliente o risco, maior o número de estratégias mencionadas pelos pescadores. Na nossa análise da rede de percepção, encontramos três módulos de riscos mais relacionados com estratégias participativas, envolvendo moradores locais, gestão pública e universidades. Fato que expõe um cenário favorável para o aumento do envolvimento ativo dos cientistas através de suas pesquisas, da criação de projetos de extensão e participação em coletivos e ONGs na busca de soluções conjuntas com a população para esses problemas ambientais. Ressaltamos a importância da compreensão dos fatores socioeconômicos contexto-específicos e a identificação de estratégias participativas para a promoção da conservação biocultural em sistemas socioecológicos de populações pesqueiras artesanais em zonas tropicais. Sugerimos o aprofundamento de pesquisas futuras em questões sobre como a educação formal e não-formal, o sexo, a obtenção de fonte de renda complementar afetam qualitativamente a percepção de risco.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza}, note = {Departamento de Biologia} }