@MASTERSTHESIS{ 2020:1614690405, title = {Mutualismo e antagonismo floral em Daustinia montana (Moric.) Buril & A.R. Simões (Convolvulaceae)}, year = {2020}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8796", abstract = "Espécies de Convolvovulaceae podem ser encontradas em regiões tropicais e temperadas e está representada por plantas com diferentes hábitos desde subarbustivas às herbáceas, com flores contendo apêndices florais e reprodutivos em número de cinco, exibindo regiões com nervuras evidentes nas pétalas. Há registro de visitação floral na família por uma diversidade de insetos, incluindo Diptera, Hymenoptera, Lepdoptera e Orthoptera, além de alta visitação por abelhas não nativas com destaque para o gênero Apis sp. Há também menção na literatura de ortópteros sob as flores, relatados como visitantes florais. Um único estudo em área de Caatinga descreve Daustinia montana como xenógama facultativa, apresentando diversidade de visitantes florais incluindo coleópteros e enfatizando a importância desta espécie para manutenção de polinizadores locais. A florivoria consiste no processo o qual o florívoro consome parcialmente ou totalmente partes florais reprodutivas e/ou estéreis. Sendo as flores a principal estrutura de atração dos polinizadores, esse processo pode influenciar fortemente o padrão de visitas e o comportamento dos polinizadores e interferir negativamente na produção de frutos e sementes (Sucesso Pré-Emergente) do vegetal, acarretando em um menor número de sementes deixadas para as próximas gerações. O presente estudo objetivou analisar a biologia floral e a influência da florivoria no sucesso reprodutivo pré-emergente em Daustinia montana. Considerando as hipóteses: 1) A produção de frutos e sementes é maior na polinização natural (controle) quando comparada à autopolinização manual e polinização cruzada; 2) Haverá maior formação de frutos no tratamento de polinização cruzada; 3) Flores com danos de florivoria simulada recebem menor número de visitas do que flores intactas; 4) Flores com perfurações em 50% da corola recebem maior número de visitas do que flores com 50% da corola removida; 5) Há menor produção natural de frutos e sementes provenientes de flores com florivoria natural. A presente pesquisa foi realizada em ambiente de restinga na Área de Proteção Ambiental Jenipabu (“S 05º 42’034” W 035º 12’ 29.4”), Rio Grande do Norte, em cinco populações de D. montana. A coleta de dados ocorreu nos meses de setembro a novembro de 2018 e maio a julho de 2019. Foram conduzidos experimentos para: 1) análises da biologia floral - tamanho e diâmetro floral com paquímetro digital, reflexão Ultravioleta com uso de Hidróxido de Amônio, presença de áreas com glândulas, utilizando-se vermelho neutro, produção de néctar com microseringas de 10μl, receptividade estigmática com uso de água oxigenada (70%) e deiscência das anteras por observação direta; 2) determinação do tipo de sistema reprodutivo - polinização natural, autopolinização manual, autopolinização espontânea, polinização cruzada e apomixia; 3) observação de visitantes florais - foram realizadas 42 horas de observação dos visitantes florais a flores com presença e ausência (grupo controle) de florivoria artificial com danos indiretos consistindo em remoção de 50% da corola e perfurações em 50% da corola. Por Fim, foi realizada com florivoria artificial com danos diretos, contando com 36 horas de observação de frequência em flores com cinco estames (controle) e diferentes números de estames (três, dois e nenhum), os quais foram removidos após a antese com auxílio de pinça. Daustinia montana apresentou atraso na antese em temperaturas mais baixas, deiscência das anteras no início da antese e produção de néctar ao longo da antese. Além de 19 visitantes florais, sendo 11 himenópteros, oito lepidópteros e um díptero, onde os lepidópteros atuaram roubando néctar com destaque para a mariposa Nyctelius nyctelius, abundante em frequência. Também se destacaram em frequência os himenópteros Tiphiidae, Ceratina (Crewella) maculifrons (Smith, 1854), Augochlora (Oxystoglossela), Dialictus sp. e Apis mellifera (Linnaeus, 1758). A dinâmica de contínua produção de néctar é uma estratégia interessante por manter o recurso disponível aos polinizadores mesmo que a flor seja visitada por pilhadores. Assim, a espécie apresentou diversidade de visitantes florais além de redução de visitas correspondente ao aumento em extensão do dano da flor por florivoria artificial. A florivoria apresentou impacto negativo na reprodução da espécie, reduzindo a atratividade floral e também pode estar relacionada ao aborto de flores florivoradas mesmo que tenham sido polinizadas. Houve elevada formação de frutos por autopolinização manual (48,6%), seguida da polinização natural (34,7%), autopolinização espontânea (9%) e apenas 3,22% por polinização cruzada. Daustinia montana é autocompatível e autógama, sendo esta uma estratégia reprodutiva importante na ausência ou escassez de polinizadores, porém, houve dependência do serviço de polinização para maior formação de frutos. No entanto, a produção contínua de néctar somado à pilhagem de néctar e à florivoria, podem estar promovendo a autogamia e portanto, a espécie corre o risco de futuramente sofrer isolamento reprodutivo. A presença de polinizadores não nativos favorece a espécie quando há ausência dos nativos, no entanto, as abelhas Apis mellifera, estão competindo com os demais polinizadores evidenciado pela ausência dos demais visitantes Hymenoptera durante o período de observação em que as abelhas de Apis mellifera estiveram apresentes na população, portanto, possivelmente esta espécie está reduzindo a diversidade da guilda que visita D. montana. Em Daustinia montana foi confirmada a ocorrência de florivoria causada por ortópteros através de observação direta na Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ).", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Botânica}, note = {Departamento de Biologia} }