@PHDTHESIS{ 2019:2133775050, title = {Doenças neurológicas de pequenos ruminantes no Nordeste do Brasil}, year = {2019}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8228", abstract = "Entender os mecanismos que determinam as doenças neurológicas de pequenos ruminantes é imprescindível para chegar-se ao diagnóstico e consequente tratamento, diminuindo as perdas econômicas à caprino-ovinocultura. Devido a importância das doenças neurológicas para a criação de caprinos e ovinos na região nordeste, este estudo tem como objetivo apresentar uma ampla revisão de literatura sobre doenças neurológicas de pequenos ruminantes e descrever em dois artigos científicos inéditos, os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos da síndrome tremorgênica em ovinos associada ao consumo de Ipomoea asasifolia e da ataxia enzootica associada à deficiência secundária de cobre em caprinos. O surto de síndrome tremorgênica associada ao consumo de Ipomoea asarifolia em cordeiros lactentes ocorreu na Região Metropolitana do Recife, no Estado de Pernambuco. Oito cordeiros da raça Dorper lactentes cujas mães tinham acesso a um pasto invadido por I. asarifolia foram afetados, 60% dos animais adultos incluindo as ovelhas lactantes demonstraram apenas vasos episclerais ingurgitados; os cordeiros apresentaram sinais clínicos neurológicos caracterizados por tremores de cabeça e pescoço, dismetria, aumento na base de sustentação, marcha lateral, postura anormal e desequilíbrio seguido de quedas, esses sinais eram menos intensos e se tornavam mais evidentes quando os cordeiros eram movimentados. Três cordeiros com sinais clínicos leves se recuperaram após receberam leite de vaca na mamadeira. Cinco cordeiros morreram e foram necropsiados e nestes não foram constatadas alterações macroscópicas. As lesões histológicas consistiram em esferóides axonais na camada molecular do cerebelo, presença de numerosos neurônios eosinofílicos e encarquilhados no córtex cerebral e cerebelo. Este trabalho demonstra que Ipomoea asarifolia causa síndrome tremorgênica e suas toxinas são eliminadas pelo leite e que animais mais jovens são mais suscetíveis a intoxicação em comparação aos adultos. Em relação à ataxia enzoótica em cabritos, um surto foi investigado no Agreste de Pernambuco. Em uma propriedade destinada a criação de caprinos, aproximadamente 80% [155/194] do rebanho apresentava sinais clínicos caracterizados por letargia, perca progressiva de peso e acromotriquia. Dezessete cabritos apresentaram sinais clínicos neurológicos, cinco destes imediatamente após o nascimento, onde os principais sinais clínicos evidenciados foram depressão, ataxia, paralisia flácida dos membros pélvicos e morte. A média dos teores de cobre nas cabras foi de 6,15 μmol/L e nos cabritos 5,78 μmol/L, sendo esses valores inferiores ao considerados normais para a espécie caprina. As principais lesões histológicas consistiram em degeneração e perda dos neurônios de Purkinje no cerebelo associada à proliferação de células de Bergmann. Neurônios da medula oblonga e alguns gânglios nervosos apresentavam cromatólise central e hialinização citoplasmática. Na substância cinzenta das porções cervical, torácica e lombar da medula observaram-se neurônios motores com o citoplasma eosinofílico, cromatólise difusa e núcleos periféricos, na substância branca medular havia degeneração axonal, caracterizada pela presença de vacúolos, por vezes organizados em cadeia contendo ocasionalmente macrófagos ou debris celulares. A dieta oferecida ao rebanho continha quantidades adequadas de cobre, desta forma sugere-se que um excesso de ingestão de ferro oriundo de resíduos de uma olaria vizinha a propriedade de ocorrência do surto possa ter provocado a carência de cobre nos animais.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária}, note = {Departamento de Medicina Veterinária} }