@MASTERSTHESIS{ 2012:11595259, title = {O saber local e a prática científica : análise das relações entre mateiros e pesquisadores em Pernambuco}, year = {2012}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7404", abstract = "A etnoecologia vem contribuindo de forma significativa nas articulações entre os saberes locais e os científicos. Nesta pesquisa utilizou-se uma abordagem etnoecológica para avaliar as implicações da participação dos colaboradores “mateiros” na prática científica, de modo que uma possível compreensão do cruzamento de saberes (o científico e o não científico) na relação entre pesquisador e mateiro possa contribuir com um diálogo positivo para a construção da ciência. O reconhecimento dos saberes locais e sua relação com o conhecimento científico são aqui discutidos, a partir de relatos dados por pesquisadores e por mateiros por meio de entrevistas semi-estruturadas e entrevista em história oral. Para análise e sistematização dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo do tipo temático-categorial. O mateiro foi definido e caracterizado pelos pesquisadores como um agente essencial para o desenvolvimento de trabalhos de campo em ambientes florestais. Comparado por um pesquisador a “uma grande biblioteca ambulante”, este colaborador “formado na natureza” de acordo com relato dos entrevistados, atua nas pesquisas desenvolvendo múltiplas tarefas (orientação na mata, identificação de espécies vegetais e animais, montagem de parcelas, informações sobre história natural, entre outras). Apesar dos pesquisadores reconhecerem as habilidades cognitivas dos mateiros, o saber manifestado pelos informantes locais muitas vezes não foi considerado como fonte de informações fidedignas pelos pesquisadores que contrataram seus serviços. Foi possível verificar que o pesquisador é que, através do contato e experiência em trabalhos de pesquisas e inventários florestais, confere o status do mateiro, outorga a denominação de mateiro. O assim chamado mateiro muitas vezes não se identifica como. Foi indicada pelos grupos entrevistados uma tendência destes informantes locais desaparecerem, tanto pela falta de interesse das novas gerações em se tornarem mateiros, quanto pela diminuição dos ambientes naturais. A formação de parataxonomistas foi comentada por mais de 50% dos pesquisadores e foi apontada pelos mesmos como uma ferramenta útil de auxílio em pesquisas florestais. As análises de interações realizadas no presente estudo auxiliam na compreensão da forma de produção de conhecimento e podem esclarecer aspectos técnicos e sociais importantes para a ciência. Neste sentido, sugere-se a realização de pesquisas e outras ações que permitam aos mateiros expressarem suas próprias relações com o saber científico e com determinados processos e estruturas do mundo dito natural. Desta maneira, uma visão mais simétrica dos dois tipos de conhecimento pode vir a ser contemplada, de modo a contribuir para o respeito às diferentes formas de saber e suas utilidades, inclusive no âmbito das Ciências Florestais. Cada “tipo” de saber possui seu propósito, porém ambos os saberes podem se influenciar e se relacionar mutuamente.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais}, note = {Departamento de Ciência Florestal} }