@PHDTHESIS{ 2018:1240234347, title = {Má adaptação em sistemas médicos locais baseados em plantas : processos que favorecem o estabelecimento de tratamentos ineficientes em populações humanas}, year = {2018}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7267", abstract = "A presente tese tem como objetivo entender os mecanismos que são permissivos ao aparecimento e estabelecimento de traços culturais mal adaptados em sistemas médicos locais. Nesse sentido, duas linhas de investigação foram adotadas: 1) avaliação temporal do compartilhamento do conhecimento sobre plantas medicinais que não apresentam efeito farmacológico; 2) investigação dos mecanismos que facilitam o uso em consórcio de plantas e medicamentos alopáticos. Os dados foram coletados por entrevistas realizadas no ano de 2007 e 2016 na comunidade rural do Carão localizada no Nordeste do Brasil. A identificação de efeito farmacológico foi feita através de uma revisão sistemática. Os dados foram analisados usando modelos longitudinais lineares multinível e regressões logísticas multinível. Encontramos que tratamentos associados a plantas versáteis tendem a se estabelecer no sistema médico local, ainda que não apresentem efetividade biológica. Isto pode indicar que plantas versáteis possuem um “status” local de efetividade que leva as pessoas a confiarem, no seu efeito enviesando a cópia dessa informação. Sobre essa perspectiva, generalizações podem estar levando as pessoas a copiarem tratamentos ineficientes ligados a plantas versáteis. Quanto a frequência das doenças, percebemos que tratamentos ligados a doenças frequentes tendem a ser mais compartilhados ao longo do tempo, provavelmente devido a necessidade de se curar esses problemas de saúde, o que promove maior número de eventos de cópia. Além disso, a sobreposição de uso com medicamentos alopáticos explica o maior compartilhamento de tratamentos não eficientes, evidenciando que o uso simultâneo de alopáticos e plantas medicinais permita o estabelecimento de traços mal adaptados por ocultar a ineficiência da planta. Por fim, percebe-se que o uso em consórcio de plantas medicinais e medicamentos alopáticos ocorre em partes sensíveis do sistema médico, no caso de tratamentos de doenças crônicas, severas e frequentes. Evidenciando que essa combinação de usos é motivada pela necessidade de se assegurar a cura de doenças importantes. Contudo, o uso em consórcio promove o estabelecimento de traços culturais mal adaptados por dificulta o reconhecimento da real causa da cura.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Botânica}, note = {Departamento de Biologia} }