@PHDTHESIS{ 2016:1569770935, title = {Impactos da ação humana sobre a ictiofauna do Rio Capibaribe : percepção, degradação e conservação}, year = {2016}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4418", abstract = "As perturbações antropogênicas sobre os ecossistemas aquáticos estão relacionadas aos múltiplos usos da água e do solo, sendo a agrícultura e urbanização os impactos mais comumente observados. Essas ameaças sobre a integridade dos ecossistemas aquáticos tem sido cada vez mais reconhecida, sendo associadas a efeitos negativos sobre o habitat, a qualidade da água e a biota. Com a degradação do ecossistema natural os serviços oferecidos pelo ambiente são afetados, ocasionando problemas econômicos e culturais. Esse cenário de degradação dos ecossistemas aquáticos pode ser observado na bacia do rio Capibaribe, no nordeste do Brasil. O Capibaribe vem sofrendo impactos antrópicos constantes desde o período colonial, sendo atualmente suas margens dominadas pela monocultura da cana-de-açúcar e pelo desenvolvimento urbano-industrial. A atividade pesqueira tem destaque na bacia do rio Capibaribe, sendo esta atividade afetada pela degradação do rio, o que compromete a geração de renda dos pescadores e modifica seu modo de ver e se relacionar com o ambiente aquático. Neste contexto, o presente estudo buscou compreender a relação entre os impactos antrópicos, a ictiofauna e a qualidade do ambiente aquático, bem como, algumas das consequências da degradação ambiental para a população ribeirinha. Diante disso, esta tese encontra-se dividida em dois capítulos: o primeiro teve o objetivo de compreender o processo de degradação de um rio, e em particular suas consequências sobre esse ecossistema e a comunidade ribeirinha local; e o segundo objetivou compreender os efeitos dos impactos antrópicos em um rio, avaliando a influência da sazonalidade e as relações entre a taxocenose de peixes e as variáveis ambientais com a cobertura predominante da terra. No primeiro capítulo a pesquisa foi desenvolvida junto à comunidade Beira Rio, no município de São Lourenço da Mata (PE), e que encontra-se inserida em um contexto de crescimento desordenado e sem infraestrutura básica, situada às margens do rio Capibaribe. Neste estudo foram empregadas técnicas de geoprocessamento para avaliar a expansão urbana, além de dados de monitoramento da água das últimas duas décadas para avaliar as alterações da qualidade da água. Esta pesquisa empregou abordagens etnobiológicas, através de entrevistas e metodologias participativas para recuperar informações sobre o ambiente do rio, sua ictiofauna e seus serviços ambientais. De acordo com as análises de SIG, pode ser obervado um acelerado processo de urbanização, com a área urbana aumentando de 73.565,98 m2 para 383.363,6 m2 em três décadas. Os informantes perceberam o crescimento urbano, principalmente no final do século XX, sendo a transição deste século reconhecida como o período de maiores modificações negativas no ambiente do rio. O declínio percebido dos estoques pesqueiros foi apontado pela comunidade como um dos efeitos da degradação do rio, sendo indicado o decréscimo de 13 das 15 espécies avaliadas. Os dados ambientais indicaram que o rio está sofrendo eutrofização e apresenta uma concentração de coliforme fecal 160 vezes maior que o máximo permitido pela legislação brasileira. O segundo capítulo foi desenvolvido ao longo do trecho baixo do rio Capibaribe, sendo amostradas mensalmente a ictiofauna e 14 variáveis ambientais em cinco locais com diferenças na cobertura da terra. Para coleta da ictiofauna foram utilizadas redes de espera e berço, enquanto as variáveis ambientais foram mensuradas a partir da coleta de amostras de água. A identificação das principais coberturas da terra foi realizada a partir da vetorização de imagens de satélite georreferenciadas, sendo analisadas cinco classes de cobertura da terra. Nossos resultados evidenciam a influência dos impactos antrópicos sobre o ambiente aquático, revelando que a cobertura predominante da terra afetou variáveis ambientais do ecossistema aquático, bem como a taxocenose de peixes. A importância da presença de áreas florestais na margem dos corpos hídricos ficou evidente em nosso estudo, no qual, as áreas florestadas apresentaram as melhores condições ambientais, sustentando uma fauna de peixes mais diversa e equilibrada. Os impactos antrópicos decorrentes da agricultura e urbanização promoveram a simplificação e o desequilíbrio da fauna de peixes, além de promoverem o enriquecimento de nutrientes no ecossistema aquático. Esses impactos foram mais pronunciados no ambiente submetido à urbanização, sugerindo que esta atividade apresenta maiores efeitos sobre o ecossistema aquático. A abordagem interdisciplinar utilizada neste estudo permitiu compreender o processo de degradação antropogênica em um rio e alguns de seus efeitos sobre a qualidade da água, a ictiofauna e a população humana do entorno, revelando que integrar dados ambientais, SIG, ictiofauna e a população humana local, permite uma compreensão mais holística da realidade. Esse modelo de abordagem possibilita o desenvolvimento de planos mais eficazes para a melhoria das práticas de uso da terra, a proteção dos ecossistemas aquáticos, a recuperação das áreas ribeirinhas, a conservação da biodiversidade, bem como a inserção das comunidades humanas adjacentes neste contexto.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza}, note = {Departamento de Biologia} }