@MASTERSTHESIS{ 2020:1004341265, title = {“Homens verticais ao Sol”: a construção do vaqueiro em Eurico Alves Boaventura (1928-1963)}, year = {2020}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9449", abstract = "Historicamente o vaqueiro foi representado de diferentes formas na literatura. Nessa dissertação o objetivo é analisar a imagem do vaqueiro construída por Eurico Alves Boaventura, em Fidalgos e vaqueiros (1989), que foi escrito em formato de ensaio e se localiza nas trincheiras entre a ciência e a arte. Para isso, é necessário apresentar o percurso formativo do ensaísta, sua participação no movimento modernista baiano e as várias fases de sua escrita, que vão desde as poesias que exaltam a modernização e a efervescência das cidades, no fim da década de 1920, até as crônicas e ensaios que denunciam o apagamento da cultura sertaneja, nas décadas de 1950-1960. Boaventura não foi uma figura isolada, o que torna necessário uma análise do modernismo baiano, em especial a Revista Arco & Flexa, formada por jovens escritores, entre os quais Eurico Alves, que contribuiu com cinco poesias para o impresso. O principal objeto de análise dessa pesquisa é o livro Fidalgos e vaqueiros, que foi escrito entre 1952 a 1958, mas que sofreu alterações até 1963, sendo publicado apenas post-mortem do escritor, em 1989. Também são analisados os jornais e revistas que possibilitam perceber a recepção, comercialização e valores de venda do ensaio. As leituras e apropriações feitas por Boaventura no processo de escrita do livro são analisados no decorrer da dissertação, o que comprova um forte diálogo com autores como José de Alencar (1977) e Euclides da Cunha (1973), além de estudiosos de psicanálise e sexualidade, a exemplo de Sigmund Freud (1934) e Havelock Ellis (1935), e da psicologia social, como Nina Rodrigues (1939). Esses autores influenciam na construção do vaqueiro euriquiano, que é descrito como desbravador das terras interioranas e o responsável pela povoação do Brasil, propondo uma narrativa da história nacional, que tem o vaqueano como figura central na construção da nação viril. A figura masculina se torna a personificação da sociedade brasileira. A virilidade é uma das principais adjetivações do vaqueiro de Eurico Alves, demonstrando a necessidade do vaqueano (ativo) para a penetração da paisagem (passiva) na produção do espaço pátrio, o que necessita de um diálogo com os estudos de masculinidade e a teoria queer para questionar o modelo do homem defendido pelo ensaísta.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Departamento de História} }