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Tipo do documento: Tese
Título: A evolução de estratégias cognitivas humanas para resolver desafios do ambiente
Título(s) alternativo(s): The evolution of human cognitive strategies to solve environmental challenges
Autor: MOURA, Joelson Moreno Brito de 
Primeiro orientador: ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de
Primeiro coorientador: FERREIRA JÚNIOR, Washington Soares
Segundo coorientador: SILVA, Taline Cristina da
Primeiro membro da banca: SCHIEL, Nicola
Segundo membro da banca: NASCIMENTO, André Luiz Borba do
Terceiro membro da banca: CAMPOS, Juliana Loureiro de Almeida
Quarto membro da banca: SANTORO, Flávia Rosa
Resumo: Durante a história evolutiva dos primeiros seres humanos, o constante contato com os recursos naturais buscando a subsistência, e as pressões seletivas recorrentes impostas pelo ambiente influenciaram o desenvolvimento de uma estrutura cognitiva chamada de mente naturalista. Essa estrutura cognitiva complexa foi selecionada por ajudar os hominídeos a lidar com os desafios do mundo natural e pode, dentre outras coisas, influenciar a maneira como as pessoas se relacionam com a natureza. Todavia, ainda é preciso avançar no entendimento sobre como a mente naturalista opera e quais fatores externos (ambientais) e internos (vieses da mente humana) a influenciam. Por exemplo, alguns trabalhos sugerem que a mente humana é rígida para responder a fatores relacionados à ambientes ancestrais específicos, como a savana. Mas será que isso de fato é verdade? Assim, o objetivo dessa tese é tentar entender quais vieses cognitivos influenciam o funcionamento da mente naturalista humana em ambientes ancestrais e modernos. Para isso, vamos trabalhar a partir de uma perspectiva evolutiva, utilizando o conceito de mente naturalista da etnobiologia evolutiva, e promovendo o diálogo com o campo da psicologia evolucionista, utilizando principalmente o conceito de memória adaptativa — que argumenta que a memória humana tem uma propensão (viés) para armazenar e recuperar na memória informações importante para sobrevivência. Assim, em um primeiro momento realizamos uma revisão de literatura para se aprofundar nos conceitos e teorias que analisam a mente humana como fruto da seleção natural, revisão esta que resultou em alguns insights teóricos. Em um segundo momento, realizamos uma pesquisa empírica com 210 voluntários, por meio de um experimento controlado, para analisar como o viés adaptativo da memória humana opera em distintos ambientes ancestrais e modernos para lidar com o desafio de usar plantas medicinais no tratamento de uma doença. Por último, realizamos um experimento, com 816 voluntários, para analisar se fatores imediatos, como a congruência entre a informação e o contexto, influenciam o desempenho da memória adaptativa em um teste de recordação. Nossos resultados evidenciaram que mente naturalista humana é flexível para lidar com desafios relacionados ao uso de plantas medicinais em diferentes contextos ambientais. Ao que tudo indica, os diferentes ambientes que os primeiros hominídeos habitaram durante a história evolutiva pode ter influenciado a evolução de uma mente flexível e sensível as demandas do mundo natural, tanto demandas relacionadas aos ambientes ancestrais quanto a ambientes modernos. Além disso, fatores imediatos, como o efeito de congruência, podem exercer influência sobre vieses cognitivos moldados no passado ancestral — nesse caso, sobre o viés adaptativo da memória. Concluímos, portanto, que as pessoas se lembram de informações importantes para a sobrevivência independentemente do contexto ambiental em que vivem, além de que a capacidade de lembrar essas informações não está exclusivamente ligada às prioridades ancestrais.
Abstract: During the evolutionary history of the first human beings, the constant contact with natural resources seeking sustenance, and the recurrent selective pressures imposed by the environment, influenced the development of a cognitive structure called the naturalistic mind. This complex cognitive structure was selected to help hominids deal with the challenges of the natural world and can, among other things, influence the way people relate to nature. However, it is still necessary to advance in the understanding of how the naturalistic mind operates and which external (environmental) and internal (bias of the human mind) influence it. For example, some work suggests that the human mind is rigid to respond to factors related to specific ancestral environments, such as the savannah. But is this true? Thus, the aim of this thesis is to try to understand which cognitive biases influence the functioning of the human naturalistic mind in ancestral and modern environments. For this, we will work from an evolutionary perspective, using the concept of the naturalistic mind from evolutionary ethnobiology, and promoting a dialogue with the field of evolutionary psychology, mainly using the concept of adaptive memory — which argues that human memory has a propensity (bias) to store and retrieve important survival information in memory. So, at first, we carried out a literature review to go deeper into the concepts and theories that analyze the human mind because of natural selection, a review that resulted in some theoretical insights. In a second moment, we carried out empirical research with 210 volunteers, through a controlled experiment, to analyze how the adaptive bias of human memory operates in different ancestral and modern environments to deal with the challenge of using medicinal plants in the treatment of a disease. Finally, we carried out an experiment, with 816 volunteers, to analyze whether immediate factors, such as the congruence between information and context, influence the performance of adaptive memory in a recall test. Our results showed that the human naturalistic mind is flexible to deal with challenges related to the use of medicinal plants in different environmental contexts. Apparently, the different environments that the first hominids inhabited during evolutionary history may have influenced the evolution of a flexible mind, sensitive to the demands of the natural world, both related to ancestral environments and to modern environments. Furthermore, immediate factors, such as the congruence effect, can influence cognitive biases shaped in the ancestral past—in this case, the adaptive bias of memory. We conclude, therefore, that people remember important information for survival regardless of the environmental context in which they live, and that the ability to remember this information is not exclusively linked to ancestral priorities.
Palavras-chave: Etnobiologia
Sistema socioecológico
Memória adaptativa
Planta medicinal
Psicologia evolutiva
Área(s) do CNPq: CIENCIAS BIOLOGICAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sigla da instituição: UFRPE
Departamento: Departamento de Biologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza
Citação: MOURA, Joelson Moreno Brito de. A evolução de estratégias cognitivas humanas para resolver desafios do ambiente. 2022. 121 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9339
Data de defesa: 23-Fev-2022
Aparece nas coleções:Doutorado em Etnobiologia e Conservação da Natureza

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