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Tipo do documento: Tese
Título: Cognição espacial de Callithrix jacchus (Primates, Callitrichidae) em ambiente de Caatinga
Título(s) alternativo(s): Spatial cognition of Callithrix jacchus (Primates, Callitrichidae) in Caatinga environment
Autor: PAULOS, Filipa Alexandra de Abreu 
Primeiro orientador: SCHIEL, Nicola
Primeiro coorientador: GARBER, Paul Alan
Segundo coorientador: SOUTO, Antonio da Silva
Primeiro membro da banca: CASELLI, Christini Barbosa
Segundo membro da banca: FUENTE CASTELLÓN, María Fernanda de la
Terceiro membro da banca: GOMES, Paula Braga
Quarto membro da banca: PESSOA, Daniel Marques de Almeida
Resumo: Para aumentar a eficiência na procura por recursos, muitos animais fazem uso de habilidades espaciais. Quando forrageando, os animais podem tanto explorar recursos em pequena escala de espaço (recursos que se encontram dentro do campo de visão) como em larga escala de espaço (recursos fora do campo de visão). Além do uso da memória espacial para recordar a localização espacial de fontes alimentares em pequena escala de espaço, em larga escala de espaço, os animais fazem uso de mapas mentais criados através da representação abstrata do espaço em que navegam (mapa mental baseado em coordenadas ou em rotas). Essa navegação espacial pode ser influenciada por fatores ambientais. Para animais, como primatas, que habitam florestas heterogêneas e consomem recursos com distribuição irregular tanto no espaço como no tempo, a capacidade de integrar informações espaciais, ecológicas e temporais se torna crucial. Callithrix jacchus (sagui-comum) são parte de um grupo (Calitriquídeos) especialmente interessantes para estudos nesta temática. Além de possuir uma dieta onívora, com consumo regular de exsudatos, o mesmo ocorre na Caatinga, ambiente com padrões fenológicos assíncronos e baixa disponibilidade de recursos, como frutos carnosos. Dentro deste contexto, o objetivo geral desta tese foi investigar, através de dois estudos, o uso das diferentes habilidades cognitivas espaciais tanto em pequena como em larga escala de espaço deste pequeno primata neotropical. No primeiro estudo montamos um experimento em campo, simulando o forrageio em pequena escala de espaço, em que mudamos a conformação espacial do recurso disponível. Desta forma, pretendemos investigar se saguis-comum fazem uso de sua memória espacial a curto e longo prazo e a sua capacidade de aprender após uma única exposição ao experimento. No segundo estudo investigamos o tipo de representação mental criado pela espécie em larga escala de espaço, através do registro do comportamento e posição espacial de cada animal durante todo o seu período de atividade. Encontramos que, em pequena escala de espaço, os animais mantêm informações espaciais dos locais de alimentação tanto acurto como a longo prazo e se mostraram capazes de aprender a localização espacial de recursos com apenas uma única visita aos mesmos. Verificamos que, quando navegam em larga escala de espaço, os animais usam um mapa mental baseado em rotas, reutilizando segmentos de rota e pontos de mudança de direção. A reutilização de segmentos de rota e pontos de mudança de direção mostrou ser influenciada tanto pela distância a árvores de interesse (alimentação, dormida e descanso) como pela cobertura vegetal. Em geral, os achados demonstram que saguis-comuns possuem habilidades espaciais que os ajudam a lembrar e regressar a locais de alimentação de forma mais eficiente tanto em pequena como em larga escala de espaço. Estas habilidades em pequena escala de espaço parecem melhorar a busca por recursos dispersos dentro de manchas em ambientes com flutuações na disponibilidade de alimento. Já em larga escala de espaço, o uso de um mapa mental baseado em rotas parece beneficiar estes animais devido ao consumo de exsudatos que apresentam distribuição espacial aglomerada e estão disponíveis durante todo o ano.
Abstract: To increase efficiency in the search for resources, many animals rely on spatial abilities. When foraging, animals can explore resources both in small- (resources within the field of view) and large-scale space (resources outside the field of view). In addition to using spatial memory to recall the spatial location of resources in small-scale space, specifically in large-scale space, animals rely on mental representations created through the abstract representation of the space (coordinate- or route-based mental map) to navigate. Still, this navigation can be influenced by environmental factors. For animals, such as primates, who live in heterogeneous forests and consume resources with irregular distribution both in space and time, the ability to integrate spatial, ecological, and temporal information becomes crucial. Callithrix jacchus (common marmoset) appears here as part of a group (Callitrichids) especially interesting for studies on this topic. Besides having an omnivorous diet, with regular consumption of exudates, the same occurs in Caatinga, an environment with asynchronous phenological patterns and low availability of resources, such as fleshy fruits. In this context, we aimed to investigate, through two studies, the different spatial cognitive abilities both in small and large-scale space of this small neotropical primate. In the first study, we set up a field experiment, simulating a smallscale space foraging, in which we changed the spatial conformation of the available resource. We investigated whether common marmosets rely on short- and long-term spatial memory and one-trial learning. In the second study, we investigated the type of mental representation created by the species in large-scale space by recording each animal's behavior and spatial position throughout its activity period. We found that, in small-scale space, animals maintain spatial information on feeding locations both on a short- and long-term basis and can learn the spatial location of resources with just a single visit. When navigating in large-scale space, we found that animals use a route-based mental map, reusing route segments and turning points. The reuse of route segments and turning points was influenced both by distance to sites of interest (feeding, resting, and sleeping sites) and land cover. In general, the findings demonstrate that common marmosets rely on spatial abilities that help them remember and return to feeding places more efficiently both in small- and large-scale space. In small-scale space, these capacities seem to improve the search for dispersed resources in environments with fluctuations of food availability. In large-scale space, using a route-based mental map seems to benefit these animals due to the consumption of exudates that possess cluster distribution and are available all year round.
Palavras-chave: Sagui
Callithrix jacchus
Percepção espacial
Percepção geográfica
Semiárido
Caatinga
Área(s) do CNPq: CIENCIAS BIOLOGICAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sigla da instituição: UFRPE
Departamento: Departamento de Biologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza
Citação: PAULOS, Filipa Alexandra de Abreu. Cognição espacial de Callithrix jacchus (Primates, Callitrichidae) em ambiente de Caatinga. 2020. 82 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9337
Data de defesa: 8-Set-2020
Aparece nas coleções:Doutorado em Etnobiologia e Conservação da Natureza

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