Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8796
Tipo do documento: Dissertação
Título: Mutualismo e antagonismo floral em Daustinia montana (Moric.) Buril & A.R. Simões (Convolvulaceae)
Autor: COSTA, Karine de Matos 
Primeiro orientador: LEITE, Ana Virgínia de Lima
Primeiro coorientador: VITAL, Maria Teresa Aureliano Buril
Segundo coorientador: ALMEIDA, Natan Messias de
Primeiro membro da banca: ALMEIDA, Jarcilene Silva de
Segundo membro da banca: MELO, Arthur Domingos de
Terceiro membro da banca: NADIA, Tarcila Correia de Lima
Quarto membro da banca: CASTRO, Cibele Cardoso de
Resumo: Espécies de Convolvovulaceae podem ser encontradas em regiões tropicais e temperadas e está representada por plantas com diferentes hábitos desde subarbustivas às herbáceas, com flores contendo apêndices florais e reprodutivos em número de cinco, exibindo regiões com nervuras evidentes nas pétalas. Há registro de visitação floral na família por uma diversidade de insetos, incluindo Diptera, Hymenoptera, Lepdoptera e Orthoptera, além de alta visitação por abelhas não nativas com destaque para o gênero Apis sp. Há também menção na literatura de ortópteros sob as flores, relatados como visitantes florais. Um único estudo em área de Caatinga descreve Daustinia montana como xenógama facultativa, apresentando diversidade de visitantes florais incluindo coleópteros e enfatizando a importância desta espécie para manutenção de polinizadores locais. A florivoria consiste no processo o qual o florívoro consome parcialmente ou totalmente partes florais reprodutivas e/ou estéreis. Sendo as flores a principal estrutura de atração dos polinizadores, esse processo pode influenciar fortemente o padrão de visitas e o comportamento dos polinizadores e interferir negativamente na produção de frutos e sementes (Sucesso Pré-Emergente) do vegetal, acarretando em um menor número de sementes deixadas para as próximas gerações. O presente estudo objetivou analisar a biologia floral e a influência da florivoria no sucesso reprodutivo pré-emergente em Daustinia montana. Considerando as hipóteses: 1) A produção de frutos e sementes é maior na polinização natural (controle) quando comparada à autopolinização manual e polinização cruzada; 2) Haverá maior formação de frutos no tratamento de polinização cruzada; 3) Flores com danos de florivoria simulada recebem menor número de visitas do que flores intactas; 4) Flores com perfurações em 50% da corola recebem maior número de visitas do que flores com 50% da corola removida; 5) Há menor produção natural de frutos e sementes provenientes de flores com florivoria natural. A presente pesquisa foi realizada em ambiente de restinga na Área de Proteção Ambiental Jenipabu (“S 05º 42’034” W 035º 12’ 29.4”), Rio Grande do Norte, em cinco populações de D. montana. A coleta de dados ocorreu nos meses de setembro a novembro de 2018 e maio a julho de 2019. Foram conduzidos experimentos para: 1) análises da biologia floral - tamanho e diâmetro floral com paquímetro digital, reflexão Ultravioleta com uso de Hidróxido de Amônio, presença de áreas com glândulas, utilizando-se vermelho neutro, produção de néctar com microseringas de 10μl, receptividade estigmática com uso de água oxigenada (70%) e deiscência das anteras por observação direta; 2) determinação do tipo de sistema reprodutivo - polinização natural, autopolinização manual, autopolinização espontânea, polinização cruzada e apomixia; 3) observação de visitantes florais - foram realizadas 42 horas de observação dos visitantes florais a flores com presença e ausência (grupo controle) de florivoria artificial com danos indiretos consistindo em remoção de 50% da corola e perfurações em 50% da corola. Por Fim, foi realizada com florivoria artificial com danos diretos, contando com 36 horas de observação de frequência em flores com cinco estames (controle) e diferentes números de estames (três, dois e nenhum), os quais foram removidos após a antese com auxílio de pinça. Daustinia montana apresentou atraso na antese em temperaturas mais baixas, deiscência das anteras no início da antese e produção de néctar ao longo da antese. Além de 19 visitantes florais, sendo 11 himenópteros, oito lepidópteros e um díptero, onde os lepidópteros atuaram roubando néctar com destaque para a mariposa Nyctelius nyctelius, abundante em frequência. Também se destacaram em frequência os himenópteros Tiphiidae, Ceratina (Crewella) maculifrons (Smith, 1854), Augochlora (Oxystoglossela), Dialictus sp. e Apis mellifera (Linnaeus, 1758). A dinâmica de contínua produção de néctar é uma estratégia interessante por manter o recurso disponível aos polinizadores mesmo que a flor seja visitada por pilhadores. Assim, a espécie apresentou diversidade de visitantes florais além de redução de visitas correspondente ao aumento em extensão do dano da flor por florivoria artificial. A florivoria apresentou impacto negativo na reprodução da espécie, reduzindo a atratividade floral e também pode estar relacionada ao aborto de flores florivoradas mesmo que tenham sido polinizadas. Houve elevada formação de frutos por autopolinização manual (48,6%), seguida da polinização natural (34,7%), autopolinização espontânea (9%) e apenas 3,22% por polinização cruzada. Daustinia montana é autocompatível e autógama, sendo esta uma estratégia reprodutiva importante na ausência ou escassez de polinizadores, porém, houve dependência do serviço de polinização para maior formação de frutos. No entanto, a produção contínua de néctar somado à pilhagem de néctar e à florivoria, podem estar promovendo a autogamia e portanto, a espécie corre o risco de futuramente sofrer isolamento reprodutivo. A presença de polinizadores não nativos favorece a espécie quando há ausência dos nativos, no entanto, as abelhas Apis mellifera, estão competindo com os demais polinizadores evidenciado pela ausência dos demais visitantes Hymenoptera durante o período de observação em que as abelhas de Apis mellifera estiveram apresentes na população, portanto, possivelmente esta espécie está reduzindo a diversidade da guilda que visita D. montana. Em Daustinia montana foi confirmada a ocorrência de florivoria causada por ortópteros através de observação direta na Área de Proteção Ambiental Jenipabu (APAJ).
Abstract: Convolvovulaceae species can be found in tropical and temperate regions and is represented by plants with different habits from subshrubs to herbaceous, with flowers containing five floral and reproductive appendages, showing regions with evident veins in the petals. There is a record of floral visitation in the family by a variety of insects, including Diptera, Hymenoptera, Lepdoptera and Orthoptera, in addition to high visitation by non-native bees, with emphasis on the genusApissp. There is also mention in the literature of Orthoptera under the flowers, reported as floral visitors. A single study in the Caatinga area describesdaustinia montanaas a facultative xenogam, presenting diversity of floral visitors including Coleoptera and emphasizing the importance of this species for the maintenance of local pollinators. Florivory is the process in which the florivore consumes partially or totally reproductive and/or sterile floral parts. Since flowers are the main structure of attraction for pollinators, this process can strongly influence the pattern of visits and the behavior of pollinators and negatively interfere with the production of fruits and seeds (Pre-Emergent Success) of the plant, resulting in a smaller number of seeds left for future generations. The present study aimed to analyze floral biology and the influence of florivory on pre-emergent reproductive success in daustinia montana. Considering the hypotheses: 1) The production of fruits and seeds is higher in natural pollination (control) when compared to manual self-pollination and cross-pollination; 2) There will be more fruit formation in the cross-pollination treatment; 3) Flowers with simulated florivory damage receive fewer visits than intact flowers; 4) Flowers with perforations in 50% of the corolla receive more visits than flowers with 50% of the corolla removed; 5) There is less natural production of fruits and seeds from flowers with natural florivory. The present research was carried out in a restinga environment in the Jenipabu Environmental Protection Area (“S 05º 42'034” W 035º 12' 29.4”), Rio Grande do Norte, in five populations ofd. montana. Data collection took place from September to November 2018 and May to July 2019. Experiments were conducted for: 1) analyzes of floral biology - floral size and diameter with digital caliper, Ultraviolet reflection using Ammonium Hydroxide, presence areas with glands, using neutral red, nectar production with 10μl microsyringes, stigmatic receptivity using hydrogen peroxide (70%) and anther dehiscence by direct observation; 2) determination of the type of reproductive system - natural pollination, manual self-pollination, spontaneous selfpollination, cross-pollination and apomixis; 3) observation of floral visitors - 42 hours of observation of floral visitors to flowers with presence and absence (control group) of artificial florivory with indirect damage consisting of removal of 50% of the corolla and perforations in 50% of the corolla. Finally, it was performed with artificial florivory with direct damage, counting on 36 hours of frequency observation in flowers with five stamens (control) and different numbers of stamens (three, two and none), which were removed after anthesis with the aid of of tweezers.daustinia montanashowed delayed anthesis at lower temperatures, anther dehiscence at the beginning of anthesis and nectar production throughout anthesis. In addition to 19 floral visitors, 11 hymenoptera, eight lepidopterans and one dipteran, where the lepidopterans acted by stealing nectar, with emphasis on the mothnyctelius nyctelius, abundant in frequency. The Hymenoptera Tiphiidae also stood out in frequency,Keratin(Crewella)maculifrons(Smith, 1854), Augochlora (Oxystoglossella), Dialictussp. andApis mellifera(Linnaeus, 1758). The dynamics of continuous nectar production is an interesting strategy for keeping the resource available to pollinators even if Translated from Portuguese to English - www.onlinedoctranslator.com the flower is visited by looters. Thus, the species presented a diversity of floral visitors, in addition to a reduction in visits corresponding to the increase in the extent of damage to the flower by artificial florivory. Florivory had a negative impact on the reproduction of the species, reducing the floral attractiveness and may also be related to the abortion of florivorous flowers even if they have been pollinated. There was high fruit formation by manual self-pollination (48.6%), followed by natural pollination (34.7%), spontaneous selfpollination (9%) and only 3.22% by cross-pollination.daustinia montanais self-compatible and autogamous, which is an important reproductive strategy in the absence or scarcity of pollinators, however, there was dependence on the pollination service for greater fruit formation. However, the continuous production of nectar, added to nectar plundering and florivory, may be promoting autogamy and therefore, the species runs the risk of suffering reproductive isolation in the future. The presence of non-native pollinators favors the species when natives are absent, however, beesApis mellifera, are competing with the other pollinators, evidenced by the absence of other Hymenoptera visitors during the observation period in which the bees ofApis melliferawere present in the population, therefore, possibly this species is reducing the diversity of the guild it visitsd. montana. Indaustinia montanaThe occurrence of florivory caused by Orthoptera was confirmed through direct observation in the Jenipabu Environmental Protection Area (APAJ).
Palavras-chave: Florivoria
Néctar
Polinização
Restinga
Mutualismo
Antagonismo
Flores
Daustinia montana
Convolvulaceae
Área(s) do CNPq: CIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sigla da instituição: UFRPE
Departamento: Departamento de Biologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Botânica
Citação: COSTA, Karine de Matos. Mutualismo e antagonismo floral em Daustinia montana (Moric.) Buril & A.R. Simões (Convolvulaceae). 2020. 78 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8796
Data de defesa: 27-Fev-2020
Aparece nas coleções:Mestrado em Botânica

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Karine de Matos Costa.pdfDocumento principal2,66 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.