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Tipo do documento: Dissertação
Título: Uma das faces do feminismo em Pernambuco : transgressões e permanências na trajetória da Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (1931-1937)
Autor: FACUNDES, Emelly Sueny Fekete 
Primeiro orientador: NASCIMENTO, Alcileide Cabral do
Primeiro membro da banca: MIRANDA, Humberto da Silva
Segundo membro da banca: WOLFF, Cristina Scheibe
Resumo: Este trabalho buscou analisar a trajetória sociocultural e política da Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (FPPF), instituição feminista de Pernambuco que foi fundada tendo como principal propósito a defesa das mulheres enquanto sujeitos de direitos, pauta compartilhada entre a rede de filiais da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Essas análises tiveram como lastro teórico a teoria política feminista, buscando um diálogo entre a Nova História Política e a História das Relações de Gênero. Como base documental para construção dessa narrativa, trabalhamos com as Atas de Assembleias Gerais da FPPF; relatórios de atividades da instituição; e artigos publicados em periódicos pernambucanos nos anos de 1930. A cidadania política feminina ganhou espaço no debate da política oficial brasileira com o advento da República, momento no qual se configurava uma nova cultura política baseada no compartilhamento dos ideais republicanos e liberais. Uma parte da elite urbana feminina de Pernambuco se envolveu nesses debates, dando visibilidade a luta feminista através da imprensa e de suas ações em prol dos direitos das mulheres à educação formal, ao trabalho e à representação política. Ao questionarem a exclusão das mulheres do espaço público/político, as feministas que integravam essa rede institucional, se inseriam em um debate que ressignificava as relações de gênero, construindo uma nova ideia do que era ser mulher. Ao analisar a trajetória da FPPF desde sua fundação, em 1931, até o encerramento de suas atividades, em 1937, foi possível perceber as transformações e permanências nas estratégias de luta, nas pautas, e no posicionamento da entidade diante das mudanças históricas ocorridas durante a década de 1930 no Brasil e em Pernambuco. Buscamos identificar quem foram as mulheres que fizeram parte do corpo social da FPPF, assim como compreender como foram construídas as alianças e as redes locais de informação e apoio à causa feminista em Pernambuco. A FPPF lançou a candidatura de sua presidente, Edwiges de Sá, à Constituinte de 1933, inserindo a entidade na vida política formal de Pernambuco. Após a Constituição de 1934, a entidade voltou seus esforços para a questão do trabalho feminino e as dificuldades vividas pelas mulheres trabalhadoras pobres para alcançarem e se manterem em seus empregos. Corroborando com os posicionamentos da sua matriz carioca, a filial pernambucana inundou seu espaço editorial no periódico Diário da Manhã, de críticas e proposições acerca do problema da maternidade para a inserção das mulheres no mercado de trabalho, buscando responsabilizar o Estado na promoção de políticas públicas voltadas para a saúde de mães e filhos/as. Suas críticas também atingiram a instituição do casamento, pois, apesar de se declarar contra o divórcio, a FPPF fazia severas críticas a posição das mulheres dentro do casamento e a submissão das mesmas à figura do marido, principalmente por causa do Código Civil que vigorava na época, que colocava as mulheres sob o julgo jurídico de seu esposo. Essas feministas acreditavam que a profissionalização feminina era o caminho para a emancipação das mulheres, dessa forma, organizaram vários cursos de qualificação profissional feminina, denominados Círculos de Cultura. Esses cursos tinham apoio de diversos setores da sociedade, médicos, empresários, políticos e meios de comunicação. Elas utilizaram práticas de sociabilidades modernas, juntando a ação beneficente com as práticas de divertimentos, para criar alianças e construir uma rede de colaboração feminina, a qual buscava organizar eventos e reuniões que dessem publicidade a seus interesses. Essas análises nos permitiram compreender uma parte da dinâmica da luta feminista em Pernambuco na década de 1930, percebendo o movimento feminista como um importante fator para a expansão da democracia e construção da República no Brasil.
Abstract: The present study aimed to analyze the sociocultural and politic trajectory of Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (FPPF), the feminist institution of Pernambuco which was founded with the chief purpose of women’s defense as legal subjects and sharing guidelines between the branch network of Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Those analyzes are based on the Feminist Politic Theory and aimed dialogue between the New Political History and the Gender Relations History. As data base for this study, we worked with the Minutes from General Meetings of FPPF, activity reports, and newspapers articles published on the 1930’s in Pernambuco. The feminine political citizenship reached space in the official debates of Brazilian politics with the advent of the Republic, at which time a new political culture was formed, based on the sharing of republican and liberal ideals. Part of the female urban elite of Pernambuco became involved in these debates, giving visibility to the feminist struggle through the press and actions in favor of women's rights to formal education, work and political representation. Feminists, which were part of this institutional network, questioned the exclusion of women from the public and political space. They displayed new meaning to gender relations, as well as a new idea of women. According to our analyzes, we were able to understand transformations in the strategies of struggle and in the claims of this institution along the historical changes occurred in the 1930s in Brazil and in Pernambuco. We aimed to identify who were the women which made part of FPPF, as well as understand how it built the bonds between the local press and the support to the feminist cause in Pernambuco. The FPPF launched the application of its president, Edwiges de Sá, for Constituent Assembly of 1933, inserting the entity into the formal political life of Pernambuco. After the Constitution of 1934, the entity focused its efforts to the female work and the difficulties experienced by poor working women to reach and keep their jobs. Corroborating to the placements of your matrix, the branch of Pernambuco fueled its editorial space in Diário da Manhã , with critics and propositions about the maternity problematic for the insertion of women in job market, aimed to require the brazilian government to promote public policies to the health of mothers and children. Criticisms were also made at marriage as an institution. Although the FPPF declared against divorce, it criticized the position of inferiority that the women had in the private space, focusing on the submission that wives had with respect to their husbands due to the civil code in force. These feminists believed that female professionalization was the way for the emancipation of women, so they organized several courses of female professional qualification, called Círculos de Cultura. These courses were supported by several sectors of society, doctors, business people, politicians and the press. They used modern sociability practices, joining charity action with amusement practices, creating alliances, and building a women's collaborative network, which sought to organize events and meetings that publicized their interests. These analyzes allowed us to understand a part of the dynamics of the feminist struggle in Pernambuco in the 1930s, perceiving the feminist movement as an important factor for the expansion of democracy and the construction of the Republic in Brazil.
Palavras-chave: Feminismo
Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino
Pernambuco (BR)
Cidadania feminina
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sigla da instituição: UFRPE
Departamento: Departamento de História
Programa: Programa de Pós-Graduação em História
Citação: FACUNDES, Emelly Sueny Fekete. Uma das faces do feminismo em Pernambuco : transgressões e permanências na trajetória da Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (1931-1937). 2018. 181 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em História) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7811
Data de defesa: 28-Ago-2018
Aparece nas coleções:Mestrado em História

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