@MASTERSTHESIS{ 2020:2002027718, title = {Ecologia trófica de peixes pelágicos no Arquipélago de Fernando de Noronha, Atlântico Equatorial, Brasil}, year = {2020}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9563", abstract = "O Arquipélago de Fernando de Noronha representa uma das áreas de maior produtividade biológica em território brasileiro, sendo um local importante do ponto de vista trófico para diversas espécies como os atuns e afins, mais ainda pouco estudado a luz da ecologia trófica dos mesmos. As interações tróficas e os hábitos alimentares entre quatro grandes peixes pelágicos: Acanthocybium solandri, Coryphaena hippurus, Sphyraena barracuda e Thunnus albacares, foram investigadas através do uso integrado da análise do conteúdo estomacal (ACE) e análise de isótopos estáveis (AIE), no intuito de observar o grau de sobreposição de nicho e partição dos recursos entre elas. As amostras foram coletadas em um período não regular entre 2018 e 2019. Os peixes foram mensurados a bordo e os estômagos e tecidos musculares removidos durante a evisceração. Em laboratório os estômagos foram analisados por meio do Índice de Importância Relativa para estimar a importância de cada presa na dieta, o gráfico de Costello (1990) modificado por Amundsen et al. (1996) para descrever a estratégia alimentar adotada pelos predadores, Índice padronizado de Levins para calcular a amplitude de nicho trófico e o Índice de MacArthur e Levins para investigar a sobreposição das dietas. As composições isotópicas foram aferidas mediante Biplots, o teste de Kruskal-Wallis foi empregado para avaliar possíveis diferenças de carbono e nitrogênio entre as espécies, a correlação de Spearman para examinar as relações do carbono e nitrogênio em função do comprimento do corpo, e as Elipses (Layman et al. 2007) para caracterizar as áreas de nicho isotópico dos quatro peixes. Todas as análises estatísticas foram executadas no software R 3.4.4 (R Core Team, 2018 – Rstudio). A análise do conteúdo estomacal expôs um espectro alimentar composto por itens alimentares diversos, sendo identificados 40 tipos de presas distintas, organizadas em teleósteos, moluscos, crustáceos e gelatinoso. Diodontidae e Exocoetidae foram as principais presas consumidas por A. solandri e S. barracuda. T. albacares consumiu principalmente grande proporção de Teleósteos e secundariamente larvas de crustáceos e lulas Teuthidae. Exocoetidae e Dactylopteridae foram mais representativos na dieta do C. hippurus. Os predadores exibiram uma tendência a especialização no consumo das presas; além de uma restrita amplitude de nicho e baixa sobreposição alimentar que reforçaram este comportamento. A análise isotópica estável de 213 tecidos avaliados detectou variação das razões de carbono (δ13C) e nitrogênio (δ15N) nos tecidos analisados entre as espécies realçando as diferentes presas consumidas pelos predadores. Uma relação positiva e significante no incremento da concentração de δ15N em função do tamanho corporal nos tecidos foi encontrado para a S. barracuda, e δ13C para T. albacares em consequência dos diferentes requerimentos nutricionais ao longo do ciclo de vida das espécies. O exame da sobreposição dos espaços isotópicos ocupados pelos predadores mostrou que o A. solandri exibiu a maior área de elipse e uma sobreposição de nicho que incluiu todas as espécies. O T. albacares e o C. hippurus exprimiram uma sobreposição mais pronunciada em forma e tamanho semelhantes das elipses, expressando que os predadores podem assimilar presas com posição trófica similar. Nossos resultados sugerem que em consequência da alta disponibilidade de itens alimentares ofertados pelo AFN, as espécies se organizam de modo a reduzir a competição e a maximizar o ganho energético, facilitando a coexistência entre elas no mesmo ecossistema, como um sinal de que estes peixes se adaptam ao ambiente trófico onde vivem.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura}, note = {Departamento de Pesca e Aquicultura} }