@PHDTHESIS{ 2020:1335170603,
 	title = {Interpretando os efeitos antrópico-ambientais na ictiofauna ao longo dos habitats costeiros e marinhos no Nordeste do Brasil},
 	year = {2020},
 	url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9541",
 	abstract = "As alterações nos ecossistemas costeiros através da pesca ou outros impactos antrópicos representam uma grande ameaça à conservação de muitas espécies que dependem da complementaridade e do funcionamento adequado dos diferentes ecossistemas costeiros (mangue, recifes...). Este estudo teve como objetivo documentar alguns impactos sofridos pela sucessão de habitats costeiros interconectados em Pernambuco. Deste modo, essa tese foi dividida em duas partes. A primeira parte abordou as atividades que tiveram impacto físico sobre a paisagem marinha conectada. Para este fim, foram coletados dados via satélite da paisagem costeira durante as últimas três décadas a fim de fornecer informações sobre a evolução da cobertura dos manguezais em três estuários de Pernambuco. Além disso, análises tróficas usando isótopos estáveis foram empregados para entender a variabilidade na conectividade ecológica entre habitats estuarinos e costeiros num contexto de mudanças antropogênicas crescentes nas morfologias estuarinas. Investigamos a influência desta morfologia nos fluxos entre estuários morfologicamente distintos e suas áreas costeiras adjacentes traçando a origem da matéria orgânica (costeira ou estuarina) subjacente à dieta da carapeba Eucinostomus argenteus. Os resultados desta primeira parte mostram que, embora as atividades antropogênicas (aquicultura, agricultura, urbanização e construção de portos) tenham causado desmatamento de mangues, há uma tendência de aumento de sua cobertura total em dois dos três estuários estudados nas últimas três décadas. Isso foi relacionado a salinização, permitida pelas mudanças climáticas e outras atividades antrópicas (porto, represas). Vimos que a morfologia dos estuários podia influenciar a dieta da carapeba fazendo com que a contribuição dos recursos costeiros na dieta aumente com a conexão com o mar (determinada por características morfológicas como a largura da boca). Assim, as atividades estabelecidas ao longo da costa de Pernambuco estão modificando a paisagem marítima ao remover habitats como os manguezais e estão afetando o funcionamento dos ecossistemas ao modificar as variáveis ambientais, influenciando os fluxos entre habitats conectados e induzindo a salinização. A segunda parte da tese foi relacionada ao impacto das frotas coexistentes que exploram esses ambientes conectados. Com esta finalidade, foram estudadas as capturas das principais artes de pesca operadas ao longo do gradiente estuário-plataforma continental. Nosso estudo mostrou que o complexo padrão de pesca das diferentes frotas coexistentes resulta na captura de espécies migratórias por várias artes de pesca ao longo do gradiente estuarino-plataforma e em distintos estágios da vida. As diversas artes de pesca capturaram majoritariamente compartimentos produtivos (indivíduos jovens e espécies de baixo nível trófico). Como as frotas coexistentes têm como alvo espécies comuns, os rendimentos destas pescarias estão inter-relacionados, o que torna necessária uma gestão multiecossistêmica. Nossos resultados sugerem que limitações de tamanho não seriam aplicáveis a estas frotas coexistentes, pois os benefícios de rendimento não serão obtidos pelas frotas que sofreriam essas limitações. Uma abordagem baseada em ecossistemas como o “Balanced harvest” (ideia de pescar uma variedade de espécies, estoques e tamanhos, em proporção à sua produtividade natural), consistente com os padrões de pesca existentes, poderia ser uma alternativa interessante para o manejo dessas frotas. Como a atividade pesqueira ocorre em habitats degradados, um planejamento espacial marinho seria então de extrema importância para a gestão dessas pescarias. Este planejamento deve integrar todas as atividades que possam causar danos aos habitats costeiros e marinhos pois o rendimento das pescarias requer o bom funcionamento destes ecossistemas conectados.",
 	publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco},
 	scholl = {Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura},
 	note = {Departamento de Pesca e Aquicultura}
}