@MASTERSTHESIS{ 2020:1162936151, title = {“Queira a Virgem Imaculada abençoar nossa Diocese”: a invenção da devoção mariana no Morro da Conceição (1904-1925)}, year = {2020}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9455", abstract = "No ano de 1904 a Diocese de Olinda junto a um grupo de fiéis erigiu um monumento no alto de um dos morros da cidade do Recife para comemorar os 50 anos de proclamação do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Essa comemoração aconteceu em um momento no qual a Igreja ainda se reorganizava após a sua separação do Estado pelo Decreto 119-A e a Constituição de 1891. Com a laicização do Estado, o catolicismo foi colocado em patamar igual ao das outras religiões, de modo que, a hierarquia, além de se organizar administrativamente, precisava estar atenta à manutenção de seus fiéis. Nesse período, a população católica do Recife tinha um carinho às devoções marianas. Assim, em 1904, o Dom Luiz Raymundo da Silva Britto teve a ideia, abraçada pelo laicato, de erigir um monumento para comemorar o aniversário de proclamação do dogma da Imaculada Conceição, colocando-o num dos pontos mais elevados da cidade para que fosse vista de vários pontos e inserisse o catolicismo no cotidiano dos recifenses. Para analisar a invenção dessa devoção mariana, analisamos o contexto da Igreja em âmbito internacional, entre a transição do século XIX para o XX e como as ideias que emanavam de Roma foram recebidas e adaptadas no Recife. A partir das propostas teóricas e metodológicas da História Cultural, analisamos documentos eclesiásticos oriundos da Cúria Romana e também de líderes da Diocese de Olinda. Durante nossa pesquisa, alguns periódicos de grande circulação na capital pernambucana na época foram consultados, pois foi através deles que clérigos e leigos divulgaram a ideia de erigir um monumento para a Imaculada Conceição de Maria, fizeram propaganda da obra e mobilizaram a sociedade em torno desse projeto. Os documentos eclesiásticos e os periódicos permitiram que estudássemos os passos tomados pela Diocese, desde a mobilização da sociedade para que a ideia se fortalecesse, até a busca pelo local para construir e instalar o monumento e a invenção de uma nova devoção. Além disso, estudamos também os outros usos que foram pensados para o espaço devocional, a construção de uma capela e a formação de festa de rua. Pudemos compreender como a Mitra de Olinda utilizou a devoção mariana à Imaculada Conceição para atender seus anseios religiosos, administrativos e políticos e o espaço devocional como campo de socialização de ideais de restauração católica a serem propagados e postos em prática no cotidiano dos fiéis para atender aos anseios eclesiásticos.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Departamento de História} }