@MASTERSTHESIS{ 2022:608001736, title = {Heteronormatividade e variação lexical nos sinais em Libras}, year = {2022}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9237", abstract = "Este trabalho investiga como a heteronormatividade se evidencia em Língua Brasileira de Sinais (Libras) através de sinais relacionados a gênero e sexualidade, levando em consideração as atitudes linguísticas dos(as) sinalizantes. As identidades de gênero e sexualidade são o ponto central da Teoria Queer, que questiona as normas pelas quais alguns corpos são marcados e outros não. Desse ponto de vista, o gênero e a sexualidade independem da anatomia genital, porém, em nossa cultura, assume-se (ou se espera) que todos os corpos sejam cisgêneros e heterossexuais, o que nos leva a discutir as práticas linguísticas que mantêm essa concepção. A Libras é uma língua viso-motora e muito de seus sinais surgem a partir da característica visual dos referentes, o que se define como “iconicidade”; é também heterogênea, portanto, possui variação linguística. Assim sendo, proponho investigar os sinais de “heterossexual”, “gay” e “lésbica”, suas variantes e suas etimologias; bem como a interação da Libras com o português, língua que mantém o status majoritário no Brasil; e a concepção de gênero e sexualidade que circula nas práticas linguísticas da comunidade surda. Essa análise partirá de pressupostos linguísticos teóricos apoiados na Sociolinguística Variacionista (LABOV,1972 [2018]), cujo público-alvo da investigação foi a comunidade surda da Região Metropolitana do Recife, centrando a atenção no domínio da avaliação diante de formas linguísticas variáveis. Ademais, para medir essas atitudes, foram feitos testes baseados em trabalhos como os de Cardoso (2015), Lambert & Lambert (1981), Likert (1932) e Rokeach (1974), já para análise e discussão da carga semântica dos sinais, foram retomados os trabalhos de Butler (2018), Capovilla et al (2019), Lanz (2017), Santos (2019) e Veloso (2020). Do ponto de vista da metodologia, trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, comparativa, estatística e qualitativa. Somado a isso, foi aplicado o instrumento formulário, através de entrevista com 22 colaboradores (as), cujas sexualidades se distribuem entre gays, lésbicas, homens heterossexuais e mulheres heterossexuais surdos(as). Os dados coletados foram processados pelos softwares BioEstat versão 5.3, SPSS Versão 27 e tabulados para a análise comparativa e estatística. A principal hipótese sustentada e confirmada foi que a heteronormatividade revela-se em Libras através da etimologia morfológica ou icônica dos sinais relacionados às identidades de gênero e sexualidade aqui considerados. Além disso, sob o olhar da Sociolinguística Variacionista, não foi possível observar que a comunidade LGBTQIAP+ utiliza variantes distintas da comunidade heterossexual e cisgênera. Os resultados apontaram para percepção de estereótipos negativos relacionados à visualidade de sinais nessas identidades; nenhum sinal de heterossexual foi considerado ofensivo, ao contrário de dois sinais de LÉSBICA e um sinal de GAY; o uso da variante HETEROSSEXUAL, idêntica ao sinal de HUMANO, é verificado pela comunidade, com a diferenciação dependendo do contexto; houve uma homogeneidade no reconhecimento das variantes por todos os grupos pesquisados; e houve diferença nas atitudes linguísticas entre pessoas de identidades de gênero e sexualidade, faixa etária e escolaridade diferentes na avaliação de determinados atributos. Por esses motivos, este trabalho é relevante para as pessoas sinalizantes da Libras que se entendam dentro de, ou se interessem por, gênero e sexualidade dissidentes, no sentido de ter consciência acerca da utilização dos sinais de “gay”, “lésbica” e “heterossexual”.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem}, note = {Unidade Acadêmica de Educação a Distância e Tecnologia} }