@MASTERSTHESIS{ 2018:1787105964, title = {Uma das faces do feminismo em Pernambuco : transgressões e permanências na trajetória da Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (1931-1937)}, year = {2018}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7811", abstract = "Este trabalho buscou analisar a trajetória sociocultural e política da Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (FPPF), instituição feminista de Pernambuco que foi fundada tendo como principal propósito a defesa das mulheres enquanto sujeitos de direitos, pauta compartilhada entre a rede de filiais da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Essas análises tiveram como lastro teórico a teoria política feminista, buscando um diálogo entre a Nova História Política e a História das Relações de Gênero. Como base documental para construção dessa narrativa, trabalhamos com as Atas de Assembleias Gerais da FPPF; relatórios de atividades da instituição; e artigos publicados em periódicos pernambucanos nos anos de 1930. A cidadania política feminina ganhou espaço no debate da política oficial brasileira com o advento da República, momento no qual se configurava uma nova cultura política baseada no compartilhamento dos ideais republicanos e liberais. Uma parte da elite urbana feminina de Pernambuco se envolveu nesses debates, dando visibilidade a luta feminista através da imprensa e de suas ações em prol dos direitos das mulheres à educação formal, ao trabalho e à representação política. Ao questionarem a exclusão das mulheres do espaço público/político, as feministas que integravam essa rede institucional, se inseriam em um debate que ressignificava as relações de gênero, construindo uma nova ideia do que era ser mulher. Ao analisar a trajetória da FPPF desde sua fundação, em 1931, até o encerramento de suas atividades, em 1937, foi possível perceber as transformações e permanências nas estratégias de luta, nas pautas, e no posicionamento da entidade diante das mudanças históricas ocorridas durante a década de 1930 no Brasil e em Pernambuco. Buscamos identificar quem foram as mulheres que fizeram parte do corpo social da FPPF, assim como compreender como foram construídas as alianças e as redes locais de informação e apoio à causa feminista em Pernambuco. A FPPF lançou a candidatura de sua presidente, Edwiges de Sá, à Constituinte de 1933, inserindo a entidade na vida política formal de Pernambuco. Após a Constituição de 1934, a entidade voltou seus esforços para a questão do trabalho feminino e as dificuldades vividas pelas mulheres trabalhadoras pobres para alcançarem e se manterem em seus empregos. Corroborando com os posicionamentos da sua matriz carioca, a filial pernambucana inundou seu espaço editorial no periódico Diário da Manhã, de críticas e proposições acerca do problema da maternidade para a inserção das mulheres no mercado de trabalho, buscando responsabilizar o Estado na promoção de políticas públicas voltadas para a saúde de mães e filhos/as. Suas críticas também atingiram a instituição do casamento, pois, apesar de se declarar contra o divórcio, a FPPF fazia severas críticas a posição das mulheres dentro do casamento e a submissão das mesmas à figura do marido, principalmente por causa do Código Civil que vigorava na época, que colocava as mulheres sob o julgo jurídico de seu esposo. Essas feministas acreditavam que a profissionalização feminina era o caminho para a emancipação das mulheres, dessa forma, organizaram vários cursos de qualificação profissional feminina, denominados Círculos de Cultura. Esses cursos tinham apoio de diversos setores da sociedade, médicos, empresários, políticos e meios de comunicação. Elas utilizaram práticas de sociabilidades modernas, juntando a ação beneficente com as práticas de divertimentos, para criar alianças e construir uma rede de colaboração feminina, a qual buscava organizar eventos e reuniões que dessem publicidade a seus interesses. Essas análises nos permitiram compreender uma parte da dinâmica da luta feminista em Pernambuco na década de 1930, percebendo o movimento feminista como um importante fator para a expansão da democracia e construção da República no Brasil.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Departamento de História} }