@MASTERSTHESIS{ 2024:67829019, title = {Alterações morfológicas e fenológicas em gramíneas (Poaceae) do semiárido brasileiro em resposta a mudança climática}, year = {2024}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9830", abstract = "Nas últimas décadas, o aquecimento global tem elevado a temperatura da superfície terrestre e dos oceanos em uma média de 0,2ºC por década. Entre 2006-2015, a temperatura média global aumentou 1ºC em comparação com 1850-1900, indicando uma preocupante tendência de aquecimento global. Os riscos associados à mudança climática são mais acentuados com um aumento de 1,5ºC na temperatura global. As consequências abrangem áreas como saúde humana, segurança alimentar, fornecimento de água e biodiversidade. Essas implicações se tornam ainda mais evidentes quando consideramos as mudanças climáticas antropogênicas, que têm sido associadas à redução nos órgãos vegetativos e alterações no tempo de floração de plantas. Nas regiões semiáridas, consideradas as mais vulneráveis em relação às mudanças climáticas, a aridez pode intensificar-se a partir do aquecimento global, impactando diretamente a adaptação das gramíneas. Estas, por sua vez, são notáveis por sua capacidade de enfrentar condições estressantes, como déficit hídrico e secas. O aumento da aridez nessas áreas pode proporcionar uma maior expansão e invasão das gramíneas. No entanto, as respostas morfológicas específicas das gramíneas às mudanças climáticas antropogênicas ainda não foram estudadas. Diante disso, algumas hipóteses foram formuladas: (1) as gramíneas do Semiárido brasileiro estão ajustando seus órgãos vegetativos e reprodutivos para se adaptarem às mudanças climáticas; (2) a precipitação desempenha um papel central nas alterações morfológicas das gramíneas anuais na região semiárida; (3) a mudança climática influencia o tempo de floração das gramíneas anuais do semiárido. Para investigar estas hipóteses, foram selecionadas 4 espécies gramíneas anuais do Semiárido brasileiro (Enteropogon mollis, Panicum trichoides, Paspalum fimbriatum e Paspalum scutatum) e analisados 591 espécimes depositados nos herbários e acervos digitais. A temperatura média do Semiárido Brasileiro aumentou 1,89°C entre 1960 a 2021. Três espécies apresentaram redução na altura da planta ao longo do tempo de observação, enquanto Enteropogon mollis não demonstrou nenhuma mudança direcional contínua. A maioria das espécies também respondeu às variáveis climáticas e geográficas, principalmente nos acréscimos dos órgãos reprodutivos à medida que a temperatura aumenta. Esta estratégia plástica pode estar atribuída às gramíneas de ambientes semiáridos. Na análise fenológica, a temperatura desempenhou um papel crucial no tempo de floração de algumas gramíneas. Enteropogon mollis e Paspalum fimbriatum retardaram o seu florescimento em temperaturas mais elevadas. As mudanças morfológicas e fenológicas nas gramíneas, que desempenham um papel crucial como espécies forrageiras, têm o potencial de desencadear um significativo efeito cascata. Isso pode impactar a disponibilidade de recursos para os animais herbívoros, resultando em um desequilíbrio ecológico substancial.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade}, note = {Departamento de Biologia} }