@MASTERSTHESIS{ 2022:665016742, title = {Análise de hidrocarbonetos e elementos traço em tecidos de tartarugas marinhas no nordeste do Brasil}, year = {2022}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8715", abstract = "No segundo semestre de 2019 ocorreu o maior derramamento de petróleo já registrado na zona costeira Nordeste do Brasil, ambiente fundamental para a reprodução e desenvolvimento das tartarugas marinhas. O contato direto ou indireto com as substâncias presentes no petróleo pode causar diversos danos à saúde das tartarugas, como ineficiência de órgãos vitais em decorrência da bioacumulação de compostos tóxicos. Hidrocarbonetos e elementos-traço são algumas das substâncias presentes no petróleo capazes de trazer sérios riscos aos organismos vivos, a exemplo das tartarugas marinhas, com isso, torna-se necessário avaliar a presença desses compostos nos organismos, que no processo de transferência de energia, pode acarretar danos para toda a biodiversidade. Com isso, o objetivo deste trabalho é realizar a análise qualiquantitativa de hidrocarbonetos e elementos-traço em diferentes tecidos de tartarugas marinhas encalhadas no litoral do Nordeste do Brasil, antes (2016-2018) e depois (2020-2021) do desastre ambiental do derramamento de petróleo de 2019. Foram coletados 44 animais entre 2016 e 2018 (Grupo 1) e 38 entre 2020 e 2021 (Grupo 2), os quais foram encontrados mortos ao longo de praias do litoral nordestino. Todos os indivíduos do Grupo 1 são Chelonia mydas e apresentaram média de 61,65 cm e 57,64 cm para o Comprimento Curvilíneo da Carapaça (CCC) e Largura Curvilínea da Carapaça (LCC) respectivamente. No Grupo 2, 79% são Chelonia mydas, 15% Lepidochelys olivaceae e 11% Caretta caretta. CCC e LCC para este grupo apresentaram médias de 61,65 cm e 57,64 cm. Os animais foram dissecados e tiveram amostras da musculatura peitoral e do fígado coletados. As amostras foram submetidas à homogeneização e posteriormente armazenadas em recipientes de vidro. Em seguida, foram encaminhadas para laboratório onde foi realizada a análise dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), através de extração pelo método Sohxlet seguida por quantificação espetofotométrica e a quantificação dos elementos Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb e Zn, através de digestão úmida em forno digestor microondas PROVECTO 3000 e espectrometria de absorção atômica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Foram identificados 40 HPAs nos indivíduos do grupo 2, no qual a média do somatório dos HPAs totais foi de 202,21 ng/g para o fígado e 231,10 ng/g para o músculo. os naftalenos, pireno, fenantreno e fluorantreno foram os mais abundantes, os quais indicam a contaminação dos animais por resíduos derivados do petróleo. A porcentagem de HPAs alquilados, que também indica a presença do petróleo, foi alta tanto no fígado quanto no músculo. Não foi identificada diferença significativa nas concentrações de HPAs observadas nos diferentes tecidos, no entanto, a análise de cluster separou as amostras em dois perfis de contaminação, um petrogênico e outro pirogêncio. Quanto aos elementos-traço, foram identificados 10 minerais nos diferentes tecidos analisados dos animais pertencentes aos Grupo 1 e 2. Para os dois grupos, os elementos mais abundantes foram Zn, Al, Cu e Ni, no entanto, para o grupo 2, além dos elementos citados as concentrações de Pb também apresentaram altas quantidades em relação aos demais. Os dois grupos analisados apresentaram maiores concentrações no fígado do que no músculo tendo o Grupo 1 apresentado maiores concentrações quando comparado ao Grupo 2. Ambos os grupos não demonstraram diferenças significativas entre as medidas biométricas dos animais e a concentração de substâncias. Os resultados obtidos indicam que as tartarugas marinhas são grandes vítimas da intoxicação. Os altos valores de HPAs contabilizados nos espécimes sugerem a intensa contaminação desses animais em decorrência de atividades antrópicas off-shore que envolvem extração e transporte do petróleo. Além disso, foi observado que parte do perfil dos HPAs encontrados nas tartarugas marinhas é similar ao do petróleo proveniente do derramamento documentado em 2019 no Nordeste. Os elementos-traço quantificados também sugerem altos níveis de poluição marinha, no entanto, não foi observado o aumento na retenção das substâncias nos tecidos em decorrência do derramamento, o que pode ocorrer devido ao curto tempo de exposição desses animais ao resíduo.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade}, note = {Departamento de Biologia} }