Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9775
Tipo do documento: Dissertação
Título: A atuação de mulheres no movimento negro alagoano (1980-1988) : entre encontros, marchas e jornadas
Autor: SILVA, Luciana Juvêncio 
Primeiro orientador: NASCIMENTO, Alcileide Cabral do
Primeiro coorientador: MARQUES, Danilo Luiz
Primeiro membro da banca: SANTOS, Maria Emília Vasconcelos dos
Segundo membro da banca: SILVA, Fabiana Vieira da
Resumo: Em Alagoas, o movimento negro se organiza no final dos anos 1970, trilhando a sua trajetória nas terras palmarinas em meio à vigência da ditadura civil-militar (1964-1985). A Associação Cultural Zumbi (ACZ) buscou estratégias de intervenção para fortalecer a luta antirracista no estado, através de atividades políticas e pedagógicas, bem como nas articulações para o tombamento da Serra da Barriga. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a atuação das militantes negras da ACZ no período 1980-1988, identificando suas principais bandeiras de luta e esferas de atuação. Nosso propósito foi promover um debate acerca do Movimento de Mulheres Negras, e de como ele foi fundamental tanto para a organização e mobilização negra em busca de justiça social, devido ao cerceamento de direitos, quanto como uma resposta do descontentamento feminino devido à secundarização de suas especificidades no movimento negro e feminista. Neste trabalho tomamos Kimberle Crenshaw (2004) como referencial teórico-metodológico ao propor a análise dos marcadores sociais enquanto vulnerabilidades interseccionais imbuídas das violências de raça, classe e gênero, categorias que atuam concomitantemente. Nesse sentido, analisamos as narrativas das militantes negras do movimento negro de Alagoas no período supracitado, suas experiências de vida, redes de apoio, estratégias de organização e seus contatos com o feminismo negro, tendo como suporte metodológico para a realização de entrevistas a História Oral. Verena Alberti (2005) é um referencial no que cerne as pesquisas que envolvem os relatos orais como um método de pesquisa. A História Oral trata-se da análise de diferentes contextos históricos experienciados por grupos sociais através da contribuição dos depoimentos de pessoas. Tomamos como corpus de análise, produções historiográficas que adotaram as categorias de raça, classe e gênero sob a perspectiva das mobilizações femininas nos eventos regionais e nacionais, relatos orais de militantes negras, documentações audiovisuais de encontros de mulheres negras e relatórios. A pesquisa nos fez perceber que o Movimento de Mulheres Negras no Brasil na década de 1980 foi um impulsionador para a articulação feminina desencadeando uma independência do Movimento Negro, pois, nascida do interior do MNU e de outras entidades negras, as militantes se propuseram tecer a sua própria entidade, não necessariamente desvinculada do Movimento Negro tendo em vista que a luta pela superação do racismo é a premissa de ambos movimentos, todavia, a busca pela visibilidade das opressões de raça, classe e gênero foi incentivo para a criação de uma nova mobilização. Ao nos voltarmos para o cenário alagoano, notamos a influência do feminismo negro para as militantes da ACZ, de modo que a realização da Jornada da Mulher Negra Alagoana em 1988, um evento preparatório para o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, foi fundamental para ampliar o debate racial das alagoanas, considerando o gênero como umas das violências que perpassam mulheres negras.
Abstract: In Alagoas, the black movement was organized in the late 1970s, following its path in the Palmares lands during the civil-military dictatorship (1964-1985). The Zumbi Cultural Association (ZCA) sought intervention strategies to strengthen the anti-racist struggle in the state, through political and pedagogical activities, as well as in the articulations for the listing of Serra da Barriga. This research aims to analyze the actions of black ZCA militants in the period 1980-1988, identifying their main causes of struggle and spheres of action. Our purpose was to promote a debate about the Black Women's Movement, and how it was fundamental both for black organization and mobilization in search of social justice, due to the curtailment of rights, and as a response to female discontent due to the secondary nature of their specificities in the black and feminist movement. In this work, we take Kimberle Crenshaw (2004) as a theoretical-methodological reference when proposing the analysis of social markers as intersectional vulnerabilities imbued with violence of race, class and gender, categories that act concomitantly. In that regard, we analyzed the narratives of black militants from the black movement in Alagoas in the aforementioned period, their life experiences, support networks, organizational strategies and their contacts with black feminism, using Oral History as methodological support for conducting interviews. Verena Alberti (2005) is a reference in research involving oral reports as a research method. Oral History is the analysis of different historical contexts experienced by social groups through the contribution of people's testimonies. We took as our corpus of analysis historiographical productions that adopted the categories of race, class and gender from the perspective of female mobilizations in regional and national events, oral accounts of black militants, audiovisual documentation of black women's meetings and reports. The research made us realize that the Black Women's Movement in Brazil in the 1980s was a driving force for female articulation, triggering an independence from the Black Movement, since, born within the MNU and other black entities, the militants proposed to weave their own entity, not necessarily disconnected from the Black Movement, given that the fight to overcome racism is the premise of both movements. However, the search for visibility of race, class and gender oppression was an incentive for the creation of a new mobilization. When we turn to the Alagoas scenario, we notice the influence of black feminism on the ZCA militants, so that the holding of the Journey of the Black Woman from Alagoas in 1988, a preparatory event for the 1st National Meeting of Black Women, was fundamental to broaden the racial debate among women from Alagoas, considering gender as one of the forms of violence that affect black women.
Palavras-chave: Movimento negro
Mulher negra
Feminismo negro
Área(s) do CNPq: CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sigla da instituição: UFRPE
Departamento: Departamento de História
Programa: Programa de Pós-Graduação em História
Citação: SILVA, Luciana Juvêncio. A atuação de mulheres no movimento negro alagoano (1980-1988) : entre encontros, marchas e jornadas. 2025. 190 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em História) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9775
Data de defesa: 24-Fev-2025
Aparece nas coleções:Mestrado em História

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Luciana Juvencio Silva.pdfDocumento principal2,2 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.