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Tipo do documento: Dissertação
Título: Eu sei quem você é: fêmeas de anuros (Pristimantis ramagii) percebem e discriminam cantos de machos exóticos congêneres alopátricos
Autor: SILVA, Flávio José da 
Primeiro orientador: SCHIEL, Nicola
Primeiro coorientador: SOUTO, Antonio da Silva
Primeiro membro da banca: ARNAN VIADIU, Xavier
Segundo membro da banca: SIMÕES, Pedro Ivo
Resumo: Em anfíbios anuros o reconhecimento acústico está intimamente ligado à função reprodutiva, podendo atuar como barreira pré zigótica. Nesse cenário, cantos de espécies exóticas podem interferir na interação de espécies nativas quando em situação de convergência acústica. Pesquisas indicam que fêmeas ovadas que já passaram por uma experiência acústica vivida podem atenuar as consequências prejudiciais de distrações ou repulsas a ruídos do ambiente. No entanto, embora já exista o entendimento do papel do reconhecimento sonoro na seleção sexual das fêmeas, a literatura ainda precisa abordar a relação entre a fonotaxia e a idade das fêmeas, especialmente em ambientes naturais. Diante das informações apresentadas, conduzimos um estudo de campo com o propósito de investigar se existe alguma correlação entre a idade das fêmeas de anuros e a sua resposta a estímulos criados a partir do canto de um macho nativo, de um macho exótico e de um estímulo controle. A espécie nativa utilizada foi o Prisimantis ramagii, endêmico da Mata Atlântica no nordeste do Brasil, enquanto a espécie exótica selecionada foi o Pristimantis koehleri, endêmico da Mata Amazônica da Bolívia. Esperamos que (i) fêmeas mais velhas/experientes teriam mais respostas comportamentais positivas para o macho nativo; (ii) fêmeas mais velhas/experientes teriam mais respostas comportamentais negativas ao estímulo do macho exótico. Para esta pesquisa, utilizamos 30 fêmeas sexualmente maduras e ovadas de P. ramagii, que foram identificadas individualmente, de modo que suas idades foram estimadas via comprimento rostro-cloacal (CRC). O experimento envolveu a reprodução dos diferentes estímulos sonoros, enquanto simultaneamente observamos as fêmeas. Os resultados indicaram que os diferentes tipos de estímulos impactaram na atratividade e latência de resposta à fonotaxia das fêmeas testadas, sendo o estímulo nativo o mais atrativo e com menor latência de resposta. Surpreendentemente, experiência da fêmea não influenciou a atratividade e latência de resposta em relação aos estímulos. Essas descobertas sugerem que as fêmeas de anfíbios anuros podem ter limitações no aprendizado durante o desenvolvimento de suas habilidades comportamentais de reconhecimento acústico. Isso pode ser atribuído à influência do curto período de vida do grupo, levando-as a depender mais de reconhecimento inato.
Abstract: In Anuran Amphibians, acoustic recognition is closely linked to reproductive function, and may act as a prezygotic barrier. In this scenario, songs of exotic species can interfere with the interaction of native species when in a situation of acoustic convergence. Researches indicate that ovate females who have already gone through a lived acoustic experience can mitigate the harmful consequences of distractions or revulsions to ambient noises. However, although there is already an understanding of the role of sound recognition in female sexual selection, the literature still needs to address the relationship between phonotaxy and female age, especially in natural environments. In view of the information presented, we conducted a field study with the purpose of investigating whether there is any correlation between the age/experience of female frogs and their response to stimuli created from the song of a native male, an exotic male and a control stimulus. The native species used was Prisimantis ramagii, endemic to the Atlantic Forest in northeastern Brazil, while the exotic species was Pristimantis koehleri, endemic to the Amazon Forest in Bolivia. We expect that (i) older/experienced females would have more positive behavioral responses to the native male; (ii) older/experienced females would have more negative behavioral responses to the exotic male stimulus. For this research, we used 30 sexually mature and ovate females of P. ramagii, which were identified individually, so that their ages were estimated via rostrum-cloacal length. The experiment involved playing the different sound stimuli while simultaneously observing the females. The results indicated that the different types of stimuli had an impact on the attractiveness and response latency to the phonotaxy of the tested females, with the native stimulus being the most attractive and with the lowest response latency. Surprisingly, female experience did not influence attractiveness and response latency to stimuli. These findings suggest that female anuran amphibians may have learning limitations during the development of their behavioral acoustic recognition skills. This can be attributed to the influence of the group's short lifespan, leading them to rely more on innate recognition.
Palavras-chave: Anuros
Comportamento sexual
Bioacústica
Som produzido por animais
Seleção de parceiros
Área(s) do CNPq: CIENCIAS BIOLOGICAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Sigla da instituição: UFRPE
Departamento: Departamento de Biologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade
Citação: SILVA, Flávio José da. Eu sei quem você é: fêmeas de anuros (Pristimantis ramagii) percebem e discriminam cantos de machos exóticos congêneres alopátricos. 2023. 74 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9722
Data de defesa: 5-Mai-2023
Aparece nas coleções:Mestrado em Biodiversidade

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